Acabo de chegar de uma reunião, que visa nos dar entendimento sobre Deus e servi-Lo melhor, porém eu só escutei mais uma enxurrada de clichês e lugares comum da religião, sinceramente estou de saco cheio das frases feitas, das mesmas citações, das associações tendênciosas relacionando a Bíblia aos rigores humanos particulares... cadê o Evangelho puro e simples que Jesus pregava?
Hoje o clichê mais dito foi esse: "quem obedece nunca erra" ou seja, esta obediência a Deus passa única e exclusivamente por pessoas que dizem aquilo que é vontade de Deus para sua vida... tornan-se ordens inquestionáveis pois advém do próprio "Deus" e desobedecê-las torna a pessoa forte candidato para residir no inferno (mas é colocado o eufemismo que você corre risco de perder o céu); onde está o exercício da consciência? Onde fica o livre-arbítrio? Essa obediência eu chamo demência; esta obediência eu a chamo de alienação; esta obediência eu chamo de fermento dos fariseus.
O Evangelho nos motiva a raciocinar, discernir, exercitar a verdade de consciência e isso ganha um nome: metanóia (conversão).
Você já cansou dos clichês? Fique atento a eles. Louvado seja Deus.
TABU CRISTÃO
----------------------TABU CRISTÃO---------------------- Este blog visa trazer a discussão e reflexão sobre assuntos pertinentes ao Evangelho e ao Caminho de Jesus. Sinta-se a vontade para participar e questionar, mandando também seus pedidos e sugestões.
quarta-feira, 30 de março de 2011
segunda-feira, 21 de março de 2011
Qual o tamanho da sua dívida com Deus?
Muitos conhecem e experimentam do amor de Deus, suas graças, favores e tudo aquilo que Ele É e nos concede dando tudo isso pelo seu livre beneplácito. Em nós muitas vezes nasce um sentimento de retribuição, de resposta, muitas vezes associado a uma dívida com Deus... você já tentou pensar o tamanho da sua dívida com Deus?
A afirmação de muitos seria “é infinita”, “é impagável”, ou seja, seria um “valor” irretribuível; eu não te conheço mas eu sei o tamanho da sua (e minha) dívida com Deus: nenhuma; zero, não existe dívida a ser paga; mas como assim?

Mas você pode estar pensando que essa é uma maneira descompromissada de se relacionar com Deus, levar as coisas de qualquer jeito... mas aí esta o Evangelho: eu devo buscar a Deus livremente, um relacionamento desprovido de interesses barganheiros (prosperidade, alívio das dores, resolução de problemas, etc) buscar a Deus por aquilo que Ele É e tudo mais é acréscimo, bônus, plus.
De onde nasce esta ideia que Deus nós dá e espera algo em troca? Me desculpe mas essa ideia é formada nos mais diversos nichos religiosos existentes porque existe um medo em relação as pessoas serem livres para escolher a Deus, para escolher o bem e o mal, é uma mentalidade que “amarra” as pessoas no pé do altar. Estas atitudes religiosas são extremamente dotadas de inseguranças humanas que são projetadas em uma atitude divina que no caso não é; isso gera fardos nas pessoas porque se elas não estiverem fazem algo para “Deus” Ele não estará satisfeito ou estará infeliz com aquela pessoa... este “Deus” é uma criação humana mais parecido com uma patricinha de Bevery Hills cósmica, ou seja, uma pessoa cheia de frescuras e pudores... na minha terra seria um “Deus” cheio de “não me toque”.
Como devemos nos relacionar com Deus? Esperando Nele e não esperando pelas coisas Dele, o que é um abismo de diferença; você sente este desejo de gratuitamente retribuir a Deus tudo aquilo que É e representa na sua vida? Simples, o caminho é o Evangelho; o Evangelho vivido no seu dia a dia, no seu trabalho, na sua escola, na sua casa. Aquilo que sai da dimensão da gratuidade e do seu livre arbítrio é fruto de uma insegurança humana que acha que será abençoado a medida que faz as coisas para Deus; por isso que você que se dá tanto a “Deus” se pergunta: “fiz todas essas coisas para Deus e isso me aconteceu?” Este sintoma indica que o Evangelho ainda não é pleno em seu coração.
Gente, fica aí a reflexão, jogue estes fardos fora e fique livre para viver a sobriedade do Evangelho. Se alguém disser que você tem contas a acertar com Deus manda ele catar coquinho em nome de Jesus. Amém.
domingo, 20 de junho de 2010
Constantine: uma nova visão
Este filme se baseia nas histórias nos quadrinhos americanos chamados "Hellblazer", este é da editora Vertigo conhecido pelos quadrinhos violentos e de cunhos ocultistas. O protagonista é John Constantine uma mago-exorcista-ocultista que se relaciona diretamente com a dimensão espiritual: anjos e demônios; estes estão em constante combate pelas almas. Não vou me prolongar, basta buscar uma sinopse do filme. O filme traz uma série de equívocos e elementos cristãos misturados com esotéricos, ocultismo, e outras coisas mais; de início você poderia afirmar: este filme não convém ao cristão; porém eu gostaria de expor uma visão pessoal acerca do possível valor deste filme.
Constantine, o filme, dialoga tranquilamente sobre um tema Tabu para muitos de nós: o sobrenatural, anjos e demônios. Percebo que muitos se interessam por este assunto e não encontrando fontes cristãs, procuram fontes alternativas, ou seja, vias esotéricas e ocultistas onde acabam se desviando da verdade. Vivemos em um mundo cada vez mais materialista onde o relativismo de corrente científica é muito forte e negligencia a realidade invisível aos nossos olhos, porém esta realidade está constantemente a nos influenciar.
O filme nos coloca diante de uma realidade invisível, mas para o contexto alí explicitado, é tão clara e óbvia que nos faz sentir como "idiotas" de não a percebermos. Estar ciente desta realidade que nos rodea não é motivo para nos desesperarmos em um surto doentio de perseguição constante relacionado as criaturas que "povoam os céus" como nos diz São Paulo. Na verdade a tomada de consciência desta realidade nos leva a termos uma visão além e transcendente da realidade sensível e este fator deveria nos conduzir a Deus.
No orkut certo dia, estava interagindo na comunidade "Castidade" a respeito de como se iniciou nossa experiência com Deus e tal, e chamou minha intenção um jovem que voltou a estar mais atento as coisas de Deus e a voltar para a Igreja após ele ter assistido este filme aqui explicitado; percebí que não foi por medo de satanás, mas que o contexto do filme mexeu como até então ele vinha encarando sua vida. Tirando todos os equívocos explicitados por este filme, ele de fato nos desperta uma reflexão acerca de Deus, inferno, demônios, etc.
SPOILER - para quem assitiu o filme, percebeu que John usava seu "dom" como uma troca, como uma barganha para que Deus o perdoasse do seu pecado mortal (por ter cometido suicídio e desse modo estar condenado ao inferno - cadê a misericórdia de Deus John? :P) e por conseguinte acolhe-lo no Céu... mas "Gabriel" afirmava que ele não alcançaria o céu daquela maneira; no final do filme, quando John se esquece dele e põe sua vida em jogo de maneira gratuita, sem interesses para salvar uma amiga, ele acaba se unindo ao sacrifício de Cristo que deu sua vida gratuitamente para nos salvar e dessa maneira ele alcança a Graça de poder ir para o Céu, porém Lúcifer faz uma pequena intervenção e adia a morte de John Constantine. Muita viagem, com certeza, mas isso traz-nos uma meditação pertinente: o Céu não é uma graça alcançada por somente nossos esforços humanos, mas sobretudo pela misericórdia e benevolência de Deus que nos dá tudo gratuitamente sem barganhas.
Bom, este é meu ponto de vista acerca deste filme, que é um bom blockbuster, mas que não deixou os fãs de Hellblazer muito satisfeitos exatamente por aquilo que eu explanei, pois no final o bem é soberano de maneira misteriosa; não aconselho a leitura destes quadrinhos porque o foco deles é exaltar as práticas ocultas e a atuação do mal levando muitos jovens por vias obscuras distante da luz de Cristo.
domingo, 6 de junho de 2010
Por que Deus criou o inferno?
Esta com certeza é uma dúvida que muitas vezes martela nossos pensamentos... o inferno realmente existe? Se Deus é amor e é rico em misericórdia por que Ele criaria um lugar tão cruel de dor e sofrimento eterno?
A Igreja nos diz que o inferno é um lugar-estado de auto-exclusão, ou seja, Deus não destina ninguém a padecer eternamente lá e sim nós por meio da nossa livre adesão podemos (através do nosso modo de vida) chegar a estar lá. A adesão a uma vida egoísta, ou seja, a uma vida ordenada para o mal, leva a alma a se condicionar, a se preparar para viver uma eternidade por este caminho "largo" como nos é colocado na Bíblia.
Mas por que Deus criou o inferno?
A primeira resposta que pode vir a sua cabeça é esta: "com o propósito de punir as almas que buscaram viver no caminho do mal, do egoísmo, etc". Isso não é verdade. Vamos fazer uma breve memória do momento da Criação de todas as coisas, no livro de Gênesis; não vou citar passagens mas no início do livro do Gênesis é descrito em linguagem poética e ricamente cheio de simbologias, Deus está realizando sua ação criadora e criativa. Ao final de cada coisa criada sempre há a repetição que Deus "viu que tudo era muito bom".
O inferno, na minha opinião não é uma coisa muito boa. Tudo que é fruto da ação criadora de Deus é na sua essência bom e uma bondade que transborda em fecundidade, unidade e paz; estes três frutos da bondade de Deus com todo certeza não podem ser comtenplados no inferno. Então, quem criou o inferno? O Diabo? O Mal? Acompanhe meu raciocínio: você está em um ambiente muito bem iluminado e derrepente todas as luzes se apagam, o que teremos então: a escuridão; esta na verdade não é algo criado porque na verdade a escuridão nada mais é do que a ausência da luz; o mal não é algo criado, ele é fruto da ausência do bem... seguindo este raciocínio constatamos que o inferno é a ausência do Céu, ou seja, ausência da plena presença de Deus.

Tenho um livro de um sacerdote exorcista* que conta seus relatos neste ministério e existe um destes que ele descreve mais ou menos assim: ele era aprendiz do padre Cândido que ao final de um exorcismo no momento que o demônio está prestes a ir embora ele se dirige ao demônio dizendo: "agora vai para a casa bem quentinha que Deus preparou para você." e o demônio retrucou: "padre burro! Quem fez o inferno fomos nós!". O Diabo não tem poder criador, mas o inferno não é algo criado e sim uma deturpação do criado por isso tudo que existe no inferno não foi articulado, preparado por Deus para nós e os demônios mas o próprio Diabo que "fundou" um lugar onde não existe a presença de Deus em um afastamento completo e eterno do Seu Criador.
Bom, outro dia podemos falar mais sobre o inferno e sobre o mistério da iniquidade, mas tenhamos a certeza: não foi Deus que o criou porque o inferno é um lugar que faz oposição a bondade inerentes de todas as coisas criadas por Deus.
* Pe Gabriele Amorth - "Um exorcista conta-nos" ed. Paulinas.
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